Friday, May 4, 2012

O jogo que mais me marcou...

Quando o jornalista William Tavares me perguntou qual o jogo do Peixe mais me marcou, eu tinha de ser rápido e assertivo, busquei rapidamente na memória algum jogo para fugir do clichê mas não consegui... A única maneira que encontrei para ser diferente foi responder dois jogos ao invés de um: 

A final da Libertadores de 2011 e a final do Brasileirão de 2002.

A final da Libertadores era por razões óbvias, era a viagem da máquina do tempo, era o epicentro de um terremoto, era o sonho de um menino. Eu não fui ao estádio, fiz questão de assistir em Santos, no centro do universo ! (pelo menos naquela noite...)

Naquele dia cheguei bem cedo ao escritório para dar conta das obrigações e me permitir (psicologicamente) sair mais cedo para estar em Santos no horário devido. Esse plano quase não funcionou devido a uma febre inesperada em minha esposa mas, mesmo enferma, ela acompanhou a familia nessa jornada. Era véspera de Corpus Christi, e logo veio a preocupação com o trânsito nas rodovias; Tudo ocorreu bem e logo na chegada da cidade o clima era diferente, havia gente reunida em vários pontos e bandeiras hasteadas por toda parte, era uma cidade revivendo seus momentos de glória.

Tentamos assistir na Vila Belmiro em telões instalados pela diretoria, nada feito. Fomos a um restaurante muito frequentado por nós, ali mesmo, bem próximo ao estádio. Pela minha surpresa não estava cheio, tivemos um serviço VIP e toda a liberdade para torcer, vibrar e xingar (o Zé Love).

Quando o jogo acabou eu não sabia o que fazer, eu queria sair rapidamente pelas ruas para sentir a torcida, na minha imaginação tudo voltaria a ser preto e branco como nas filmagens do time de Pelé, e a comemoração iria durar até o amanhecer... com exceção do P&B, o resto eu estava certo, fomos até a Praça da Independência, não sei como coube tanta gente e tantos carros... Ao voltar para casa, bem depois da 1h da manhã, o trânsito na avenida da praia era algo jamais visto em Santos, algo digno de deixar qualquer Marginal Tietê com inveja...

No dia seguinte a ressaca da comemoração era a marca da cidade... todos acordaram tarde e fizeram questão de vestir suas camisas, todos se cumprimentavam e acenavam com o número 3 nas mãos, mesmo roucos, as pessoas soltavam um 'fala tri-campeão', mesmo sem carreata, bandeiras vestiam os carros como se protegessem do frio que começara a chegar pelo inverno praiano. 

Lembranças que vivi com meus filhos e que contarei para meus netos: eu, sua vó (com febre) e seus pais, em plena capital mundial do futebol, testemunhando o triunfo de um time tri-campeão da América.

Um trecho do trânsito na avenida da Praia sentido Ponta da Praia



Você deve estar se perguntando, e a final do Brasileiro de 2002 ? esse vai para o próximo post...

No comments:

Post a Comment